segunda-feira, 18 de abril de 2016

Exame físico- Parte 1



O exame físico deve ser realizado após a anamnese, em posição céfalo- caudal onde tanto o paciente como o enfermeiro devem estar em posições corretas. A realização deste procedimento tem a função de complementar o raciocínio clínico do enfermeiro, é importante que se tenha cuidado com o ambiente onde será realizado o exame, com iluminação adequada, preservando a privacidade do paciente e somente os segmentos a serem avaliados devem ficar descobertos durante a realização do mesmo. É importante que o enfermeiro tenha ética que seja cortês e que estabeleça uma relação de confiança com o paciente sempre respeitando o método clínico a ser aplicado.
O exame físico é uma parte vital da assistência preventiva e consiste das seguintes técnicas propedêuticas:
·         Inspeção
·         Palpação
·         Percussão
·         Ausculta
Sua sequência sugerida consiste em:
·         Estado geral
·         Nível de consciência
·         Fala e linguagem
·         Estado de hidratação
·         Medidas antropométricas
·         Peso
·         Estado de nutrição
·         Desenvolvimento físico
·         Fáscies
·         Presença de edemas
·         Atitude e decúbito
·         Mucosas
·         Pele
·         Fotossensibilidade
·         Musculatura
·         Resposta motora
·         Linfonodos e veias superficiais
·         Marcha

·         Sinais vitais

Técnicas propedêuticas
Inspeção: É a observação detalhada da superfície externa do corpo e de todas as cavidades acessíveis( aspecto, cor, forma, tamanho e movimento). Nesta primeira etapa é importante observar o estado geral descrevendo a aparência do paciente classificando em :
·         BEG: Bom estado geral
·         REG: Regular estado geral
·         MEG: Mal estado geral

Antes de inspecionar uma área corporal específica torna- se importante observar primeiramente se esta área se encontra exposta suficientemente para que assim possa ser possível registrar qualquer detalhe anormal, cor, forma, textura, tamanho e movimento.

Palpação: Nada mais é do que a utilização do tato (as pontas dos dedos) para determinar características (temperatura, consistência, forma e tamanho), o dorso da mão avalia a temperatura e a palma da mão avalia as vibrações produzidas pelo corpo. Em suma a palpação tem a função de confirmar os dados da inspeção através do tato e da pressão, avaliando a superfície corporal com a palpação superficial (1cm- tato) e a palpação profunda (4 cm) que consiste na exploração de órgãos internos (pressão), além da percepção de frênito e edema.

Percussão: É o uso da força física que traduz em forma de som a natureza do órgão ou estrutura examinada, baseia- se nas vibrações originadas de pequenos golpes realizados em determinada superfície do organismo. Tendo características próprias quanto a intensidade, tonalidade, timbre de acordo com a superfície golpeada.
Os sons encontrados durante a percussão são:
·         Maciço: Som próprio de regiões sólidas que são desprovidas de ar (músculo, fígado e baço).
·         Submaciço: Regiões com pequena quantidade de ar (região de transição de parênquima pulmonar e órgão sólido).
·         Timpânico: Cavidades fechadas que contém ar (estômago).
·         Claro pulmonar: Som próprio dos pulmões.

Ausculta: É realizada para se ouvir os sons produzidos pelo organismo, deve- se avaliar a caracterização dos sons( duração, intensidade, altura, ritmo e timbre), e buscar ruídos respiratórios, bulhas cardíacas, ruídos hidroaéreos e adventícios.
Sons auscultados:
  • Pulmão: Roncos, sibilos, estertores e/ ou ruídos adventícios;
  • Coração: Bulhas cardíacas e sopros;
  • Abdome: Ruídos hidroaéreos.

Anamnese



A anamnese é uma entrevista realizada durante o atendimento de enfermagem ao paciente no ambiente intra- hospitalar. Durante a elaboração da anamnese é importante que se tenha os seguintes itens:
1- Identificação do paciente:
·         Data e hora da admissão
·         Nome do paciente
·         Quarto/ Enfermaria
·         Leito
·         Idade
·         Sexo
·         Cor
·         Estado civil
·         Naturalidade/ Nacionalidade
·         Data de nascimento
·         Ocupação anterior
·         Local de trabalho
·         Endereço atual
·         Cidade
·         Estado
·         Telefone
·         Endereço anterior
·         Filiação
·         Nome do responsável/ Acompanhante
·         Telefone/ Celular
·         Religião

2- História da doença atual
  • Queixa principal
  • Queixas correlacionadas
  • Início
  • Duração
  • Freqüência
  • Localização da dor
  • Intensidade da dor (de 0 a 10)
  • Início da dor (desde quando?)
  • Fatores que piora (temperatura, atividade, medicamentos, posição física, horário)
  • Característica da dor (irradiante, local, superficial, profunda, queimação, pontada, aperto, pulsátil, peso, contínuo)
  • O que melhora (repouso, medicação)
  • Fatores associados


3- História patológica pregressa
  • Doenças da infância: (sarampo, caxumba, rubéola, catapora, coqueluche, faringite)
  • Doenças preexistentes ( pressão alta, diabetes, tuberculose, hanseníase, bronquite asmática, pneumonia)
  • Acidentes ou lesões
  • Doenças graves ou crônicas
  • Hospitalizações anteriores
  • Procedimentos cirúrgicos
  • História obstétrica
  • Imunização
  • Alergias
  • Medicamento em uso/ ou tratamento


4- História familiar
  • Avós, pais e irmãos (idade, estado de saúde/óbito)
  • Doenças preexistentes na família


5- Aspectos socioeconômicos, culturais e psicológicos
  • Escolaridade
  • Renda
  • Trabalho e sociedade
  • Atividade física
  • Sono
  • Hábitos pessoais
  • Nutrição
  • Eliminações fisiológicas

Cada dado coletado durante a anamnese é de suma importância para que o paciente tenha um atendimento de qualidade. Por este motivo torna- se imprescindível que o profissional esteja apto a realizar este procedimento.

Anatomia- Boca




A cavidade oral é a primeira porta de entrada do nosso organismo e pertence ao sistema digestório, além de ter uma grande importância no processo da fala, dicção e nutrição ela também funciona como uma via de acesso as vias respiratórias. Conhecer sua anatomia é de suma importância.






Anatomia- Canal auditivo


O ouvido é um órgão muito sensível e desenvolvido do corpo humano que se divide em três partes: ouvido externo; ouvido médio e ouvido interno. Sua função é transmitir os sons para o cérebro. Sua principal tarefa é detectar, transmitir , traduzir sons e manter nosso senso de equilíbrio.




Ouvido Externo:

A função do ouvido externo consiste em coletar e encaminhar as ondas sonoras até a orelha média; amplificar o som; proteger os canais auditivos médio e interno; proteção da membrana do tímpano; manter o equilíbrio de umidade e temperatura necessárias para a preservação da elasticidade da membrana. É constituído essencialmente por uma placa de cartilagem elástica coberta por uma fina camada de pele dos dois lados, onde são encontradas glândulas sebáceas e poucas glândulas sudoríparas.


Ouvido Médio:

Sua função é equalizar as pressões interna e externa, sua comunicação com a orelha interna é feita por duas aberturas que são a janela oval e a janela redonda, nela existe a presença de três ossículos que são: Martelo, Bigorna e Estribo. Localiza-se na espessura do osso temporal, como uma cavidade que separa a membrana timpânica da superfície óssea do ouvido interno. 

Ouvido Interno

É uma estrutura complexa formada por sacos membranosos cheios de líquido que estão alojados dentro de cavidades na porção pétrea do osso temporal. O ouvido interno é constituído de órgãos do sistema de equilíbrio denominado de sistema vestibular. O sistema vestibular é constituído por uma estrutura óssea na qual se encontra um sistema de tubos membranosos cheios de líquido, cujo movimento provocado por movimentos da cabeça estimula as células ciliadas que enviam impulsos nervosos ao cérebro ou diretamente a centros que controlam o movimento dos olhos ou os músculos que mantêm o corpo numa posição de equilíbrio.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Anatomia- Nariz

O nariz é uma protuberância situada na parte central da face sendo denominado sua parte exterior de nariz externo tendo forma triangular, a cavidade nasal é subdividida em dois compartimentos um esquerdo e outro direito. Cada compartimento possui um orifício anterior chamado de narina e um posterior chamado de coana que faz a comunicação da cavidade nasal com a faringe.

Anatomia- Olho

O globo ocular possui cerca de 25 milímetros de diâmetro, e é responsável por captar a luz que é refletida pelos objetos ao nosso redor. Esta luz atinge primeiramente a córnea (tecido transparente que cobre a íris). Em seu caminho, a luz passa através do humor aquoso, adentrando o globo ocular pela pupila, atingindo de imediato o cristalino que tem a função de lente de focalização, convergindo então os raios luminosos para um ponto focal sobre a retina. Na retina, mais de cem milhões de células fotossensíveis transformam a luz em impulsos eletroquímicos, que são enviados ao cérebro pelo nervo óptico. No cérebro, mais precisamente no córtex visual ocorre o processamento das imagens recebidas pelo olho direito e esquerdo completando então nossa sensação visual.



Anatomia do crânio- Parte 02















Anatomia do Crânio- Parte 01






























quarta-feira, 13 de abril de 2016

PNEUMONIA

Pneumonia é uma infecção que se instala nos pulmões, pode acometer a região dos alvéolos pulmonares onde desembocam as ramificações terminais dos brônquios e, às vezes, os interstícios (espaço entre um alvéolo e outro). Em suma pneumonia é uma infecção que acomete os tecidos pulmonares e seus alvéolos.
Para que se possa entender o que é pneumonia, torna-se necessário conhecer a anatomia do pulmão:



Os pulmões são órgãos elásticos e esponjosos de cor rosada, contém inúmeros alvéolos pulmonares e encontram-se divididos em lobos pulmonares (Pulmão esquerdo possui dois lobos e pulmão direito três lobos).

O ar que respiramos entra pelo nariz/ boca e segue para a traquéia, ao chegar ao nível dos pulmões a traquéia se bifurca dando origem aos brônquios principais do lado esquerdo e direito (um de cada lado). Estes brônquios também se bifurcam, formando assim os bronquíolos, que por fim terminam nos alvéolos.

Os alvéolos ficam no ponto final da árvore respiratória e são bolsas microscópicas que estão em contato com a corrente sanguínea e é através deles que são realizadas as trocas gasosas (oxigênio e gás carbônico). O alvéolo leva o oxigênio para as hemácias no sangue e recebe o gás carbônico produzidos pelas células do corpo, ou seja, o ser humano inspira oxigênio e expira gás carbônico.




Na pneumonia, os alvéolos ficam cheios de secreções purulentas, impedindo a entrada e saída dos gases. Nestes alvéolos acometidos pela infecção não há troca de oxigênio por gás carbônico. Quantos mais alvéolos acometidos pela pneumonia, mais grave é o quadro. O paciente com pneumonia extensa pode apresentar insuficiência respiratória, precisando ser intubado e acoplado a um respirador artificial para conseguir manter o sangue adequadamente oxigenado.
Basicamente, pneumonias são provocadas pela penetração de um agente infeccioso ou irritante (bactérias, vírus, fungos e por reações alérgicas) no espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa. Esse local deve estar sempre muito limpo, livre de substâncias que possam impedir o contato do ar com o sangue. Na maioria das vezes a pneumonia é de origem bacterériana, as bactérias que provocam pneumonia são: Streptococcus pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis enStaphylococcus aureus.
Diferentes do vírus da gripe, que é uma doença altamente infectante, os agentes infecciosos da pneumonia não costumam ser transmitidos facilmente.

Tipos de pneumonia:
Pneumonia Viral
Infecção que se instala nos pulmões e que é causada por vírus, podendo acometer os alvéolos pulmonares e os interstícios. É provocada pela penetração de um vírus no espaço alveolar, onde ocorre as trocas gasosas. 
Os vírus que são responsáveis pela causa da pneumonia viral são:
  • Adenovírus
  • Varicela- zóster
  • Influenza
  • Vírus respiratório sincicial
Fatores de risco:
  • Pacientes soropositivos
  • Bebês prematuros
  • Crianças com doenças pulmonares ou cardíacas
  • Pessoas que estão fazendo tratamento de quimioterapia ou ministrando medicamentos que comprometem a imunidade
  • Pacientes transplantados e que fazem uso de drogas imunossupressoras 

Pneumonia Fúngica


Deve- se a três tipos de fungos: Histoplasma capsulatum, que causa a histoplasmose,Coccidioides immits, que causa a coccidioidomicose, e Blastomyces dermatitidis, que causa a blastomicose. Os indivíduos que contraem a infecção, em geral, só têm sintomas menores e não se dão conta de que estão infectados. 
Fatores de risco:
  • Terapia que suprime o sistema imune
  • Drogas antineoplásicas
  • Corticosteróides e outras drogas imunossupressoras
  • AIDS
  • Insuficiência renal
  • Diabetes
  • Doença pulmonar
  • Leucemia
  • Queimaduras extensas
  • Doença de Hodgkin ou outros linfomas

Pneumonia Bacteriana

Infecção grave que gera sintomas como tosse com catarro, febre e dificuldade em respirar,e que surge após uma gripe que não passa ou que piora ao longo do tempo. É causada pela bactéria em Streptococcos pneumoniae, no entanto, outros agentes etiológicos como Klebsiella pneumoniaeStaphyloccus aureusHaemophilus influenzaeLegionella peumophila também podem levar ao surgimento da doença. Normalmente, não é contagiosa e pode ser tratada em casa com a ingestão de antibióticos receitados pelo médico. Porém, no caso de bebês ou pacientes idosos, pode ser necessário internamento no hospital. Sua transmissão é geralmente difícil, e por este motivo não infecta pacientes saudáveis.
 
Fatores de risco:

  • Agravamento de uma gripe
  • Bactérias advindas de outra infecção em algum local do corpo
  • Entrada acidental de bactérias no pulmão através da boca por engasgamento, por exemplo

Pneumonia Química

É causada pela inalação de substâncias agressivas ao pulmão, como fumaça, agrotóxicos e outros produtos químicos. Estas substâncias quando aspiradas vão para os pulmões e inflamam os alvéolos  dificultando as trocas respiratórias causando pneumonia e insuficiência respiratória. A pneumonia química pode comprometer todo o órgão, diferente da pneumonia bacteriana que pode afetar apenas uma parte do pulmão.
A pneumonia por aspiração também é outra forma de pneumonia química, é causado quando as secreções orais ou o conteúdo do estômago é aspirado para os pulmões. A inflamação vem dos efeitos tóxicos do ácido gástrico e das enzimas sobre o tecido do pulmão. Bactérias do estômago ou da boca também podem causar uma pneumonia bacteriana.


Fatores de risco

  • Tipo e força da química
  • Ambiente de exposição
  • Tempo de exposição
  • Substância de contato
  • Histórico médico e presença de outras doenças
  • Tipo de proteção usada (no caso de trabalhadores do campo, por exemplo)

DIAGNÓSTICO DA PNEUMONIA

  • Exame clínico
  • Ausculta dos pulmões
  • Radiografia de Tórax

TRATAMENTO

Seu tratamento requer o uso de antibióticos, e a melhora costuma ocorrer em três ou quatro dias. A internação hospitalar para pneumonia pode fazer-se necessária quando a pessoa é idosa, tem febre alta ou apresenta alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia, tais como: comprometimento da função dos rins e da pressão arterial, dificuldade respiratória caracterizada pela baixa oxigenação do sangue porque o alvéolo está cheio de secreção e não funciona para a troca de gases.
MEDICAMENTOS UTILIZADOS
  • Acetilcisteina
  • Acetilcisteína
  • Aires
  • Amoxicilina + Clavulanato de Potássio
  • Ampicilina Sódica
  • Astro
  • Avalox
  • Azitromicina
  • Bactrim
  • Bacteracin e Bacteracin-F
  • Bepeben
  • Bisolvon
  • Bromexina
  • Brondilat
  • Ceclor
  • Cefaclor
  • Cefalotina
  • Ceftriaxona Dissódica
  • Ceftriaxona Sódica
  • Citrofloxacino
  • Clavulin
  • Clindamicina
  • Cilodex
  • Claritromicina
  • Clindamin-C
  • Clocef
  • Clordox
  • Doxiciclina
  • Eritromicina
  • Fluimucil
  • Fluimucil (xarope)
  • Fluitoss
  • Hincomox
  • Leucogen
  • Levofloxacino
  • Mucosolvan
  • Novamox 2x
É importante lembrar que somente o médico pode dizer qual medicamento é o mais indicado para cada caso de pneumonia assim como a dosagem correta e a duração do tratamento. 









Fonte: LAP- Liga Acadêmica de Patologia, Manual MSD para a família, MDsaúde, Minha vida, Tua saúde